Sabe aquele poema...
Primeiro vieram atrás dos XXX
e eu não fiz nada,
porque eu não era XXX.
Depois vieram atrás dos YYY e eu não fiz nada, porque eu não era YYY.
...
Por fim, vieram atrás de mim e aí já não havia ninguém mais que pudesse fazer alguma coisa.
Sabe aquele pacto da Microsoft com o Ministério da Economia do Chile?
A comunidade do Chile se mexeu, a FSFLA está agindo (ainda que não de forma publicamente visível, devo dizer), mas, até onde pudemos ver, o Brasil pouquíssimo fez.
Bom... E agora, que é com a gente?
O acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego no Brasil é muito semelhante a um dos pontos do acordo no Chile: adestramento de professores e alunos de um programa profissionalizante (Programa Primeiro Emprego) no uso da plataforma monopolista da Microsoft. Inclusão digital no sentido proctológico da palavra
Diz uma das notícias:
a multinacional investirá R$ 4 milhões no prazo de um ano
[...]
O acordo assinado ontem vai fornecer a ONGs, sob o chapéu do Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego (PNPE), condições de qualificar 980 mil jovens. O PNPE, a partir de agora com o nome ProJovem, deverá dispor, em 2008, de orçamento entre R$ 450 milhões e R$ 500 milhões
Tipo assim (em referência ao slogan da ONG Oxigênio), a Microsoft planta uma semente de R$4 por aluno, a sociedade entra com outros R$450-R$500 por aluno, e a Microsoft colhe sozinha os frutos da extensão do monopólio e da dependência tecnológica a longo prazo?
Será que a gente consegue pressionar as ONGs e o governo para exigir os R$4mi em espécie, ao invés de em material de adestramento que já existe pronto e licenças de software que de fato nada custam, pra poder investir em capacitação de verdade, ao invés de colocar arreios e viseiras nos professores e estudantes, sem falar nos estribos pra Microsoft subir e montar neles?
Participe em http://www.fsfla.org/svnwiki/softimp/ms-brasil!