The positive approach to FLISOL
Alexandre Oliva
lxoliva en fsfla.org
Mie Ene 30 02:14:48 UTC 2008
On Jan 25, 2008, "Vítor Baptista" <listas at vitorbaptista.com> wrote:
> There aren't many people that will hapily make a complete change this way,
> from a Windows machine to one with an open source OS without proprietary
> software.
Você normalmente usa o termo "open source" para se referir ao Software
Livre? Por favor, não confunda as duas coisas. Esta é uma lista da
FSFLA, que faz parte do movimento Software Livre. Software Livre e
"Open Source" são dois movimentos com objetivos completamente
diferentes, ainda que a maior parte dos programas "open source" sejam
Software Livre, e vice-versa. Usar o termo "Open Source" esconde o
termo "livre", reduzindo a importância da liberdade, que é justamente
o tema mais importante de nosso movimento.
Se alguém vai conseguir partir de MS-Windows para GNU/Linux 100% Livre
de uma só vez, só a própria pessoa pode saber, e só vai conseguir
decidir bem se for suficientemente informada. Essa é a chave: ninguém
deve decidir por ela qual software ela precisa. Ela é Livre para
tomar essa decisão, pelo menos enquanto não invadir a liberdade dos
outros.
Quando alguém decide por você instalar Software não-Livre em seu
computador, ou exige que você o faça, você acha bom?
Então, pela Regra de Ouro (não faça aos outros o que não quer que
façam a você), não deveria instalar Software não-Livre nas máquinas
dos outros também.
> I think that it's better to have someone satisfied with the change,
> as he could do what he did before,
Claro.
> listening to his mp3 songs,
> watching his movies,
> visiting his favorite flashy websites
Isso são distrações; há Software Livre para tocar mp3, filmes em
vários formatos, inclusive Flash. Não que seja uma coisa boa promover
formatos proprietários, secretos e sujeitos a patentes, mas não há
oposição de minha parte à instalação desses softwares, que são livres,
embora estejam sob ameaça de patentes nos países estúpidos o
suficiente para permitir patentes de software.
> and talking to his mother over skype,
Por que Skype, um protocolo proprietário, implementado exclusivamente
por software proprietário, se há diversos provedores, alguns
gratuitos, outros comerciais, que utilizam o padrão internacional SIP,
que não impõe o uso de nenhum software em particular, que têm
implementações tanto em soft-phones (disponíveis para todos os
sistemas operacionais relevantes) quanto em adaptadores telefônicos e
telefones VoIP.
> than having someone going back home and noticing that he can't do
> this.
Isso nunca deve acontecer. Significa que o trabalho de educação foi
incompleto. Significa que não houve informação suficiente para
decisão, nem decisão informada por parte do usuário. Simplesmente
jogaram software no computador dele. É justamente a abordagem oposta
à que se promove no FLISOL, segundo me explicaram: promover a
filosofia, e aproveitar para oferecer instalação do Software Livre.
> At least not without googling for answers.
O trabalho de educação deve oferecer recursos e apontadores para
comunidades dispostas a ajudar os novos membros da comunidade a
resolver seus problemas.
> It shouldn't be a problem for most of us, but for not such technically
> inclined users could suffer, and who he'll blame?
De novo, depende da informação que recebeu. Não precisamos ter pressa
para fazer a pessoa experimentar Software Livre. Precisamos ter
pressa para informá-la, para que ela tome a decisão de dar o passo
quando puder, quando estiver preparada.
> So, what is better? Telling them the advantages of open source,
Há uma vantagem do Software Livre: a liberdade. As outras até
existem, mas não são a razão de ser, não chegam a ser relevantes.
Mesmo que não existissem as outras, ainda assim o Software Livre seria
o único ética e moralmente aceitável numa sociedade justa.
Agora, se você quer propagar o Software Livre baseado nas vantagens do
código aberto, acho que está fugindo do espírito do FLISOL.
Promova o Software Livre através de vantagens colaterais, como
costumava fazer o movimento do código aberto e, cedo ou tarde, você
terá um usuário insatisfeito com alguma coisa correndo de volta para a
prisão, ou vendendo novamente sua liberdade, prejudicando assim a
todos que gostariam de preservar as suas próprias liberdades.
Promova-o pela liberdade, e, mesmo que o usuário nunca chegue à
liberdade completa, e até se veja obrigado a sacrificá-la em alguns
casos, estará sempre atento às tentativas de cerceá-la e as combaterá,
em benefício próprio e de toda a sociedade.
Qual você acha que funciona melhor a longo prazo?
Abraço,
--
Alexandre Oliva http://www.lsd.ic.unicamp.br/~oliva/
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Free Software Evangelist oliva@{lsd.ic.unicamp.br, gnu.org}
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