Recebi com choque e tristeza a notícia do falecimento do mais frequente vocalista da banda que foi a principal trilha sonora da minha adolescência. Paulinho nos deixou, após quase um mês internado com COVID-19. Meu coração está com sua família, amigos e companheiros de música.
Nunca fui muito público sobre essa influência. Meus irmãos me zoaram muito pelas letras românticas, mas o que eu gostava mais do Roupa Nova eram os vocais: todos os musicistas da banda cantavam muito bem, e faziam contrapontos e polifonias que já me agradavam muito antes de eu saber dar nomes a essas coisas. Foi só depois de vir a Campinas e me tornar também cantor em corais e grupos vocais, seguindo esse gosto, que entendi minha apreciação pela voz enquanto instrumento musical.
Lembro, ainda adolescente em Curitiba, pouco após descobrir que tantos dos sucessos que eu tinha gostado de ouvir no rádio eram performances do Roupa Nova, que uma querida colega na empresa de informática em que eu trabalhava me sondou sobre presente de aniversário, e sugeri um K7 da coletânea de sucessos do Roupa Nova lançado naquele ano. Tirei o fone de ouvido do walk-man, numa noite mais tranquila no escritório, ela começou a ouvir e abriu um sorrisão: "puxa!, tinha ficado meio chateada, porque achei que fosse uma banda de rock pesado, mas eu também adoro essas músicas."
Cheguei a ir a shows da banda e me chamou atenção como o público era variado, com gente de todas as idades, contente de estar ali para compartilhar a alegria e o êxtase da música bem executada.
Obrigado, Roupa Nova, por acender em mim o bichinho da música vocal, e pelos muitos momentos de emoção. Parabéns pelos 50 anos de grupo, 40 com mesmo nome e formação, ora interrompidos por força maior. Paulinho, onde quer que você esteja, se aí houver canto, divirta-se e siga compartilhando emoções.
Até blogo,