Novidades FSFLA
Boletim #11
Junho de 2006
1. Editorial
2. FSFLA responde a Revista Veja
3. GPLv3
4. Trabalho em andamento
5. Eventos
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1. Editorial
O "L" em LUG significa "Software Livre"
Quando o que iria se converter em um grupo de usuários de Software Livre provuraca um nome, o que lhes pareceu natural foi "COLIBRI -- Comunidade de Usuários de Software Livre na Colômbia". Percebam que a sigla não corresponde ao nome, provavelmente pelo fato de que a palabra "colibri" era muito charmosa para sacrificá-la pela necessidade de realmente significar alguma coisa.
No momento de sua fundação, nem todos os grupos de usuários são tão perspicazes, ou talvez tão afortunados, como foi COLIBRI. Na maior parte dos casos, foram criados por grupos de pssoas que haviam descoberto algo verdadeiramente maravilhoso: software que podiam estudar e trocar como quisessem, programas que podiam compartilhar livremente com seus amigos, e que podiam usar sem ter que se submeter às condições restritivas estabelecidas unilateralmente por seu autor.
Muito freqüentemente, eles vieram a conhecer esse software através de um sistema operacional de funcionamento similar ao Unix a que muita gente se referia como "Linux", de modo que quando vinham a dizer ao mundo sobre isso, a maioria deles formava um "Linux User Group" ("Grupo de Usuários Linux"), ou LUG.
Só depois de seus membros se familiarizarem mais com a filosofia e a história do Software Livre, muitos dos LUGs se davam conta da importância do projeto GNU. Alguns deles lamentavam o erro original o suficiente para trocar seus nomes. Algumas vezes trocavam o significado da sigla (o LUGMen, de Mendoza, se convertem em "LUGMen Usa GNU/Linux em Mendoza", refletindo a recursividade de GNU), algumas vezes trocaram o nome para algo que não coincidia em nada com a sigla (o LUGRo de Rosario se converteu em "Grupo de Usuários de GNU/Linux de Rosario"). Outros sentiam que ambas as soluções eram tão esquisitas que não valia a pena se incomodar com isso.
Recentemente, porém, mais e mais LUGs estão se dando conta de que manter a ênfase em "Linux" não é correto, que mesmo apliar o enfoque a GNU/Linux não é suficiente, e que nada menos que "Software Livre" será. Isso surge de três observações que se estão tornando inevitáveis:
o tema dos LUGs é muito mais amplo que Linux, inclusive GNU/Linux. pedir ajuda com um sistema BSD em uma lista de correio de um LUG não é considerado fora do tópico, mas pedir ajuda com sistemas tipo Unix não livre como AIX é. Solaris era similarmente fora de tópico, mas OpenSolaris não é. De um ponto de vista técnico, esses sistemas operacionais têm muito em comum, mas são irrelevantes para o tema do LUG. Isso deixa claro que é a liberdade, e não uma característica técnica, que faz o software pertinente ao trabalho de um LUG.
uma grande parte do trabalho dos LUGs é falar às pessoas sobre Software Livre. Se o fazem se concentrando em "Linux", não apenas estão desviando a atenção dos problemas importantes, estão até pondo parte de seu trabalho em risco. Como qualquer outro programa livre, o kernel do Linux não estará conosco para sempre: podería se tornar obsoleto, ou uma demanda judicial poderia ter êxito e tirá-lo de nós até certo ponto. Isso afetaria certamente o Software Livre, mas não seria uma catástrofe: há outros kernels livres e Linux poderia ser substituído sem demasiado esforço. O efeito nas comunicações, porém, poderia ser muito maior: se os LUGs viessem dizendo à pessoas "Linux é bom para você", e de repente Linux já não está mais
disponível, devem refazer toda a comunicação novamente.o tema dos LUGs não está em nada restrito aos sistemas operacionais ou ao projeto GNU. Perguntas sobre o uso de programas livres não-GNU como OpenOffice.org ou Mozilla em sistemas operacionais proprietários são bem-vindas e os LUGs freqüentemente ajudam pessoas a tomar o
caminho do Software Livre instalando programas livres em qualquer SO que o usuário tenha em sua máquina.
Com o tempo, os LUGs da América Latina têm se dado conta disso e trocad seus nomes e comunicações para refletir o fato de que realmente estão se congregando ao redor do conceito de Software Livre e não de um programa particular ou coleção de programas.
2. FSFLA responde a Revista Veja
Veja, uma das revistas de notícias de maior circulação no Brasil, publicou um artigo criticando a adoção de Sofwtare Livre pelo governo brasileiro. Uma cópia on-line do artigo está disponível em:.
http://veja.abril.uol.com.br/170506/p_068.html (somente assinantes)
http://listas.softwarelivre.org/pipermail/psl-brasil/2006-May/012152.html
FSFLA respondeu da seguinte maneira:
"Criticar boas atitudes do governo não me parece uma atitude sensata, mesmo que se queira fazer oposição. A adoção de Software Livre, por exemplo, é apresentada na edição nº 1956 (17/5/2006) como bandeira partidária, a despeito da convergência de iniciativas estrangeiras e nacionais, de direita e de esquerda, na mesma direção. Pelo contrário, a busca pela soberania, independência e desenvolvimento tecnológicos e econômicos do país, ao invés de aceitar a posição de mero consumidor de software, deveria ser idependente de partidarismos.
Nossa iniciativa não é tão bem sucedida como em tantos outros países, isso é fato. Erros de administração à parte, certamente contribui negativamente a impunidade da corrupção, que facilita a atuação dos lobbies do software proprietário que buscam preservar seus monopólios. Ao ouvir somente o lado favorável aos monopólios, confundir liberdade com gratuidade e apresentar a geração de empregos locais em contrapartida a envio de royalties ao exterior como fator negativo, entre outros enganos, a revista pôs em sério risco sua credibilidade, ainda mais em face da apresentação jornalística de falácias veiculadas em campanhas publicitárias e em "estudos" patrocinados por anunciantes da própria revista.
Seguem algumas outras URLs que refutam com mais informação a posição tomada pela matéria da Veja:
<a href="http://www.iti.br/twiki/bin/view/Main/PressRelease2006May18A">http://www.iti.br/twiki/bin/view/Main/PressRelease2006May18A.</a><br />
http://www.cipsga.org.br/article.php?sid=7919&mode=thread&order=0
http://webinsider.uol.com.br/vernoticia.php/VejaLula__e_o_software_livre/id/2831
http://falcon-dark.blogspot.com/2006/05/para-o-pblico-e-o-privado-sem.html
http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/Blogs/BlogPostView?post=BlogPostMarceloBranco20060518102019
http://listas.softwarelivre.org/pipermail/psl-brasil/2006-May/012283.html
Alexandre Oliva
Secretário da Fundação Software Livre América Latina"
3. GPLv3
A Free Software Foundation continua liderando o processo de atualização e comentários sobre a licença GPL para a versão 3. A terceira conferência do ciclo anual de consulta pública se realizará em Barcelona, Espanha, nos dias 22 e 23 de junho.
Para esse evento está confirmada a presença de Richard M. Stallman, fundador e Presidente da Free Software Foundation, Eben Moglen, Presidente do Software Freedom Law Center e conselheiro legal da FSF, e Georg Greve, presidente da FSF Europa. Pela FSFLA, estará presente Federico Heinz, que nos manterá informados do que ocorra durante os dias do evento.
Assim como ocorreu há poucos meses no Brasil, a terceira conferência da GPLv3 contará com palestrantes especialistas da Europa e do resto do mundo em sessões que discutirão a internacionalização da licença, os problemas relativos a DRM e patentes de software e a adoção da licença por parte de projetos de desenvolvedores de Software Livre.
Mais informação sobre esse evento no sítio de nossa organização irmã
FSFE em http://fsfeurope.org/projects/gplv3/europe-gplv3-conference
4.Trabalho em andamento
A equipe de [tradutores] da FSFLA está trabalhando na tradução de vários documentos.
Neste momento estamos elaborando a versão para espanhol do discurso de Richard M. Stallman no evento da GPLv3 durante a Segunda Conferência Internacional realizada em Porto Alegre, Brasil.
O rascunho ainda não corrigido do material está em nosso wiki em
http://wiki.fsfla.org/wiki/index.hph/FISL_RMS
Está aberto o convite para colaborar com essa e outras traduções. Para isso, contamos com a lista de correios de [traductores] onde se pode revisar o trabalho cotidiano e se inscrever em
http://www.fsfla.org/cgi-bin/mailman/listinfo/traductores
Algumas discussões interessantes sobre legislação sobre uso de Software Livre na Administração Pública têm lugar na lista [legales]. Um dos temas centrais que se discutem atualmente tem a ver com a Lei de Software Livre do Rio Grande do Sul e a controvérsia aberta sobre
sua constitucionalidade. Arquivos públicos e convites para somar contribuições à discussão em
http://www.fsfla.org/cgi-bin/mailman/listinfo/legales
Com o objetivo de apoiar as administrações públicas e entidades governamentais que já trabalhem com Software Livre ou estejam avaliando a decisão política de incorporá-lo em suas agendas, FSFLA inaugura a lista de Administração Pública. Se você é membro de algum órgão governamental, pode se somar a esta equipe em
http://fsfla.org/cgi-bin/mailman/listinfo/admpub
Se trabalhas em área de imprensa ou difusão e quer colaborar com o trabalho de comunicação da FSFLA, contamos a partir de agora com uma lista para esse fim em http://fsfla.org/cgi-bin/mailman/listinfo/prensa
Como sempre, mais informações sobre como participar da FSFLA em
http://www.fsfla.org/?q=pt/node/78
5. Eventos
No fim de abril, Federico Heinz esteve em Dublin, Irlanda, trabalhando junto a colegas de nossa organização irmã FSF Europa e da Irish Free Software Organization (IFSO). Os registros de áudio da conferência sobre Software Livre em Educação e na Administração Pública estão
on-line no sítio do IFSO em http://ifso.ie/events/2006-04-29/index.html
FSFLA participou do Fórum Mundial de Educação
FSFLA acompanhou o Projeto Gleducar em sua apresentação no Fórum Mundial de Educação, realizado em Buenos Aires, nos dias 4, 5 e 6 de maio. Beatriz Busaniche, pela FSFLA, acompanhou a apresentação do Gleducar, que esteve a cargo de Carlos Toledo, Román Gelbort, Franco Iacomella e Bibiana Bocolini. Gleducar e FSFLA apresentaram de forma conjunta os princípios do Software Livre, as principais orientações
para uso de Software Livre em Escolas enquanto Gleducar focou principalmente no conceito de Construção Cooperativa de Conhecimento, que é a base do trabalho pedagógico deste projeto educativo. Mais informação, apresentações e relatos do que aconteceu no Fórum Mundial
de Educação no sítio do Gleducar em
http://wiki.gleducar.org.ar/wiki/index.php/Foro_Mundial_de_Educaci%C3%B3n_2006